A minha outra vi(d)a pela Montanha
A minha proximidade com o Tai-Chi Chuan teve haver com os meus problemas de saúde, no princípio com a hipertensão e o colesterol, posteriormente com um enfarte cardiovascular.
No dia 14.09.2002, com a idade de 51 anos, devido a problemas de hipertensão, colesterol elevado e ser também ex-fumador (fumei durante 31 anos) foi acometido de enfarte do miocárdio, o que me levou ao internamento urgente no Hospital de S. José e à imediata evacuação para o Hospital de Santa Marta. Após o ingresso nesse Hospital foi-me efectuado de imediato uma angioplastia coronária com colocação de um stent de 3,5X16, pois apresentava já uma doença em dois vasos. Foi realizada a revascularização com a abordagem de duas lesões em um vaso.
Em 20.06.2003 após a realização de uma prova de esforço a pedido da minha médica assistente do H.S.Marta, foi detectada resposta isquémica ao esforço, numa prova de 07.44 minutos, os valores finais eram de: função cardíaca de 127 bpm e a tensão arterial máxima de 170/100, representando 75,8% da frequência cardíaca máxima.
Devido a estes resultados, sou de novo internado em 03.07.2003 para realizar outra angioplastia coronária com colocação de um stent de 3,5X12. Foi realizada a respectiva revascularização com a abordagem de uma lesão em um vaso.
Em 23.10.2003 após a realização de uma prova de esforço, foi detectada resposta isquémica ao esforço, numa prova de 09.40 minutos, os valores finais eram de: função cardíaca de 136 bpm e a tensão arterial máxima de 200/90, representando 81,4% da frequência cardíaca máxima.
Perante estes resultados, em 29.10.2003, foi efectuada nova angioplastia coronária com colocação de um stent de 3,5X18. Foi realizada a respectiva revascularização com a abordagem de uma lesão de 70% em um vaso.
Prova de esforço de 09.02.2004, numa prova de 12.00 minutos, os valores finais eram de: a função cardíaca de 142 bpm e a tensão arterial máxima de 190/90, representando 85,1% da frequência cardíaca máxima, sem apresentação de isquémia.
Prova de esforço de 09.05.2005, numa prova de 06.10 minutos, os valores finais eram de: a função cardíaca de 148 bpm e a tensão arterial máxima de 220/110, representando 89,4% da frequência cardíaca máxima sem apresentação de isquémia.
Em 14.02.2007, realizei uma prova de esforço que apresentou os seguintes valores: numa prova de 12.00 minutos, os valores finais foram de: a função cardíaca de 157 bpm e a tensão arterial máxima de 180/80, representando 95,9% da frequência cardíaca máxima, sem apresentação de isquémia.
Tendo por base os excelentes resultados clínicos, apresentados em 14.02.07, o meu médico cardiologista do Hospital de Santa Marta, decidiu o mesmo nessa data, marcar uma consulta de rotina apenas para o início de 2009.
Em 23.11.2009 após a realização de uma prova de esforço, foi detectada resposta isquémica ao esforço, numa prova de 12,03 minutos, os valores finais eram de: função cardíaca de 154 bpm e a tensão arterial máxima de 220/120, representando 95,6% da frequência cardíaca máxima.
Perante estes resultados, em 06.01.2010, foi efectuada nova angioplastia coronária com colocação de um stent de 3,5X14. Foi realizada a respectiva revascularização com a abordagem de uma lesão de 99% em um vaso.
Em 14.02.2011, realizei uma prova de esforço que apresentou os seguintes valores: numa prova de 12.25 minutos, os valores finais foram de: a função cardíaca de 175 bpm e a tensão arterial máxima de 205/80, representando 109,5% da frequência cardíaca máxima, sem apresentação de isquémia.
Tendo por base os excelentes resultados clínicos, apresentados em 14.02.11, os quais surpreenderam pela positiva, a minha médica cardiologista do Hospital de Santa Marta, decidiu a mesma nessa data, declarar a minha alta definitiva de acompanhamento clínico, no Hospital de Santa Marta, passando a ser seguido apenas pela minha médica de família nas consultas de rotina
Estes resultados foram obtidos com: acompanhamento médico (efectuei rigorosamente todas as consultas de cardio no H.S.Marta), a medicamentação indicada para este tipo de problema, os exames clínicos (análises, provas de esforço e outros), uma nova postura alimentar, uma nova atitude mental, e muito e dedicado exercício físico com a prática regular do Tai-Chi.
Ora se com o Tai-Chi (Terapêutico), o Chi-Kung, e principalmente o acompanhamento continuado do meu Grão Mestre e Amigo Cláudio Fung, consegui atingir uma enorme recuperação, qualidade de vida, possibilitou-me também praticar ininterruptamente o Tai-Chi Marcial, ser treinador de Tai-Chi/Chi-Kung, quer da A.A.M.Fung, quer da Federação Portuguesa de Artes Marciais Chinesas. Como agradecimento a toda esta envolvência do Mestre, tenho que fazer pelos outros que têm e/ou tiveram o mesmo problema que eu tive e/ou outro problema de saúde, os que apenas queiram apenas praticar a “Arte”, até mesmo aqueles que numa simples conversa de café querem saber o que é isso do Tai-Chi, ter a postura que o Mestre Cláudio Fung teve para comigo comigo:
Acompanhar, aconselhar, ensinar, trabalhar, incentivar e principalmente AJUDAR.
Para cumprir este objectivo, tenho que estar consciente que tenho que partilhar e disponibilizar-me para que não seja apenas objectivo, mas sim uma certeza.
Tenho que conseguir transmitir aos outros esta “Arte” que me foi ensinada e confiada pelo meu Mestre, assim como ele recebeu do seu, e o seu recebeu de outro, pois este ciclo é milenar e tradicional que não poderá ter fim.
É a nossa linhagem, a nossa maneira de estar na vida e a nossa compreensão do que é o Tai-Chi Chuan e o Chi-Kung.
Como poderei eu honrar e meu Mestre e os seus Mestres, se não continuar a sua missão. Não se poderá tratar de um capricho, nem de uma vaidade, tem que haver nesse desejo, humildade, entrega, verdade e sobretudo um grande amor por esta maneira de pensar, sentir e estar na Vida.
Temos que continuar a aprender de mente aberta, temos que nos dar ao trabalho, ao estudo, estarmos atentos a tudo aquilo que nos é transmitido, temos que ser pacientes, observadores, disponíveis, nunca arrogantes para com os outros, nem sentirmo-nos muito mais capazes de que qualquer outro, temos que ser íntegros, sobretudo conscientemente orgulhosos desta dávida que nos foi oferecida pelo nosso Mestre, de sermos a continuidade.
A maneira de lhe dizermos OBRIGADO, é tão simples como a nossa respiração, não será necessário “dar-lhe graxa”, o que será preciso é aprender e transmitirmos com simplicidade e verdade tudo aquilo que ele em cada momento nos vai ensinando, para que nunca caía no esquecimento, ou seja apenas conhecimento de alguns.
A minha relação com a Vida e o seu significado, que pode ser tão simples, mas é por vezes difícil: é AJUDAR OS OUTROS, como eu sou AJUDADO.
Se queremos enfrentar a montanha, temos que saber, ou pelo menos qualquer coisa nos dirá, que o grande combate ocorrerá dentro de nós próprios. Pois ás vezes não basta entregarmos a nossa força interior e o conhecimento. Precisamos também de entregar o nosso coração.
O MEU ESPECIAL OBRIGADO:
AO DEPARTAMENTO DE CARDIOLOGIA DO HOSPTAL DE SANTA MARTA
A MINHA ESPOSA LEONOR, Á MINHA FILHA MÓNICA, AOS MEUS FAMILIARES E AMIGOS.
A TODOS AQUELES QUE FAZEM PARTE DA ACADEMIA DE ARTES MARCIAIS FUNG
AO GRÂO MESTRE CLAUDIO FUNG, NÃO SÓ PELOS SEUS ENSINAMENTOS, SOBRETUDO PELA SUA PRESENÇA NESTA MINHA CAMINHADA.
Como se costuma dizer "quem vê caras não vê corações". Um beijo grande para si pela sua força e simpatia.
ResponderEliminarZéza
Eu conheço a cara e o Grande Coração que este Grande Amigo tem , desejo-te uma Vida Longa A tus Leonor, a Tua Mónica , o teu Tomás e Todos Nós ... os outros por quem tu te preocupas SEMPRE bJS São (anaiv)
ResponderEliminarResultado o Universo resolveu dar-te mais uma chance, viu que ainda tens uma missão para cumprir.
ResponderEliminar